dispenso google maps e rotas inexistentes
preciso passear na sua terra e você na minha
dispenso google maps e rotas inexistentes
preciso passear na sua terra e você na minha
a poesia
é uma parede
pedindo pra ser piXada
se não há pista
a história fica parada
vai ter um dia
que vou ver
passar no jornal
que beijar
tá comprovado
tem propriedade medicinal
odeio a palavra camundongo
odeio a palavra fronha
odeio a palavra piegas
odeio a palavra exame
odeio a palavra cumprimento
odeio a palavra demasiado
odeio a palavra ex
odeio a palavra seminário
odeio a palavra ranhura
odeio a palavra auréola
odeio a palavra perfil
odeio a palavra fogosa
odeio ter que usar a palavra odeio repetidas vezes
numa tentativa de explicar o inexplicável
dos sons das vogais
dos encontros consonantais
das agonais mortais
odeio que não exista
uma cooperativa de reciclar palavras.
tava aqui pensando que as fontes do cotidiano oficial dão sobriedade para os textos, mas nem de longe são as mais apropriadas para certos tipos de enunciações. exemplo: se fulano, que detesta sua caligrafia, quer mandar uma carta erótica em formato eletrônico mesmo, uma confissão da histórica vontade de ter com o interlocutor na horizontal, floreada com adjetivação típica e repleta de citações e com porção extra de chantilly, teria mais êxito se utilizar fontes charmosas como garamond ou cambria (ou até courier new, se há pitadas cinematográficas). o mesmo texto composto em times new roman fará o outro pensar em autenticá-lo no cartório mais próximo. em arial, talvez o inspire a somente deitar-se sobre a edição mais recente da abnt a fim de perceber incongruências. o erro tipográfico eu não cometeria, talvez outros. e como pessimista profissional, aguardaria o não, que costuma vir em negrito.